Matemática da velhice

O Corpo padece

Mas a alma cresce.

Já é tempo de colher estrelas do céu

E plantá-las em poemas no papel.

Tempo de contar as boas lembranças,

E as más, deixar passar

Como passam as ondas do mar,

Ou ainda, nessas mesmas ondas surfar,

Como surfistas surfam nas ondas do mar.

É tempo de fazer algum verso rimar.

Bajular e mimar os netos.

Deixar de lado aqueles

Caminhos muito retos

Que endureciam o mundo de todo mundo,

Posto que para ser feliz é preciso pegar atalhos.

Envelhecer é ser humilde o suficiente

Para saber sem saber,

É ser eternamente jovem sem parecer,

Já que para ser basta morrer e nascer

Num só instante

Como uma constante

Matematicamente

Eterna.