Águas negras
Tempos surdos já não ouvem mais
Esses olhos queixosos
Esses mapas de detalhes
Florescidos na planta do pé
Por lagos metáforas enfim no quebrar das barras.
Na rosa negra do crepúsculo
Numa mescla de vermelho urdindo
Outra noite inaugurada
De deitadas brisas e fragores
Húmus em tuas folhas negras de solo
Salsugem em teus corais
Na fina cadeia da vida avassaladora
A olhar as espumas salgadas
Na tarde em Natal de frente ao mar
Por lonjuras desesperadas de ir
Que estremeciam aos olhos
Com o silencio pulcro
Começando na boca
Na desaparição dos botões se fechando velozes
Sou apenas o que fui e fui
E serei a crescer no intervalo dos caminhos
No descanso a se fechar como flor
Serei eu a galgar fortemente o inesperado dessa ilusão.