EU APENAS

Quando algo no céu brilhou...passou-se por estrela

Queria fazer noites de maravilhas, de romance

Apareceu neste mundo aquilo, que fez descer uma verdade

Quando aproximou um de nós e deu-nos um apenas decerto.

Chegou o amanhecer, pois o sol raiava no horizonte

Sem que ninguém percebesse, saiu correndo

Passou perto da certeza do erro, e também da insegurança

Num mundo diferente conseguia ser mais forte.

Queria viver, queria provar a existência do corpo

Queria morrer, não conseguiu o amadurecimento de fé

Procurou um buraco, que no fundo pretendia se esconder

E o poder do mencionado desespero, chegou bem claro.

Continuando a longa vida sem rumo, tentou acariciar seu mundo,

Que no meio da poeira, sim no meio do destruído chão;

Do grande significado de carne, com marcas fundas, precisas,

Encarou a vida, no que nunca pretendeu estar.

O maior intuito de ser diferente do caso, pretendes...

Procurando aquilo que no meio das casas demolidas

E envolta de corpos destroçados, ao lado, seguido

O chão que pisava era seu corpo, sem sensação de carne.

A bomba explodiu! o único sobrevivente sou eu

Completamente destruído, sem poder apalpar, sem sentir

Sem saber a aproximação dos outros, apenas o mundo mudo,

Apenas gestos, quase sem sentido, no meu consciente.

Explodiu!, a bomba explodiu, me deixou só,

Sem amigo.

Sem sentido.

Sem amor.

11/10/1977

IaraSolll
Enviado por IaraSolll em 14/06/2016
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