EU APENAS
Quando algo no céu brilhou...passou-se por estrela
Queria fazer noites de maravilhas, de romance
Apareceu neste mundo aquilo, que fez descer uma verdade
Quando aproximou um de nós e deu-nos um apenas decerto.
Chegou o amanhecer, pois o sol raiava no horizonte
Sem que ninguém percebesse, saiu correndo
Passou perto da certeza do erro, e também da insegurança
Num mundo diferente conseguia ser mais forte.
Queria viver, queria provar a existência do corpo
Queria morrer, não conseguiu o amadurecimento de fé
Procurou um buraco, que no fundo pretendia se esconder
E o poder do mencionado desespero, chegou bem claro.
Continuando a longa vida sem rumo, tentou acariciar seu mundo,
Que no meio da poeira, sim no meio do destruído chão;
Do grande significado de carne, com marcas fundas, precisas,
Encarou a vida, no que nunca pretendeu estar.
O maior intuito de ser diferente do caso, pretendes...
Procurando aquilo que no meio das casas demolidas
E envolta de corpos destroçados, ao lado, seguido
O chão que pisava era seu corpo, sem sensação de carne.
A bomba explodiu! o único sobrevivente sou eu
Completamente destruído, sem poder apalpar, sem sentir
Sem saber a aproximação dos outros, apenas o mundo mudo,
Apenas gestos, quase sem sentido, no meu consciente.
Explodiu!, a bomba explodiu, me deixou só,
Sem amigo.
Sem sentido.
Sem amor.
11/10/1977