Coisas de menino
Já fiquei horas analisando
as águas barulhentas de um rio,
conversei com alfaces,
couves e pés de beterrabas.
Já dialoguei com passarinhos:
queria só entender porque voam!
Já chorei de saudade dos
nômades de sentimentos.
Das coisas de menino, relembro,
e, por certo, não me falta o setembro!
Já briguei com uma lata,
queria eu que ela fosse medalha.
Interessante. Medalha de lata?
As coisas de menino não passam,
pois, nas coisas de menino, o amor.
A vida que não se explica
faz do menino, menino.
Contudo, se me eu menino não fosse,
deveras, amor não seria!
As coisas de menino
desencontram-se no mundo
de gente graúda!
Meus olhos agora dormem,
nas mãos, "sequelas do tempo".
Nas coisas de menino
que o menino voa!
Por ser tão menino
mal conseguia entender
o reflexo nas águas,
mas sentiu-se como menino
as coisas que bem quis!