O Caçador de Feridas
Bêbado novamente, o tempo se esvai
Sóbrio novamente, o tempo não se vai
Vendedor de pecados, não há perdão
Deixe a poeira se assentar, tocar o chão
Conflitos internos, uma guerra hormonal
Quem irá te estender a mão lá no final?
Palavras minam minha caneta e papel
Um dia irão minar um pobre menestrel
Línguas dançam sem a menor emoção
Não há tesão, não há sequer diversão
Dois estranhos na noite mortos de fome
Desejos saciados, qual é o seu nome?
Longos dias sem nada a aprender
Dias longos sem muito a perder
Você me provoca e então se vai
Você me dá algo e então abstrai
Jogando o jogo, ainda é tão cedo
Você conhece as regras e ainda tem medo
Eu acho que estou ficando doente
Penso em você esporadicamente
É solitário quando não posso te tocar
É tão solitário quando contigo não posso estar.