MUNDO PARALELO
Com o rosto encostado no vidro
Observo os carros passar
Com eles meus pensamentos se esvai
Deixando um vazio no ar
O balanço da condução
Borra os quadros feitos
por mim
Os burburinhos colaboram
A fazer-me desistir
Então largo os pincéis
Deixando os fugir pela janela
Em seguida crio laços
Tentando firmar meus pés
E numa freada de uma pisada
Me deparo com um novo quadro
Pintado com fragmentos
De rabiscos desenhados