Cais do cerrado
Sentado no cais do cerrado
vem e vai o vento desfolhado
dos escombros da saudade
Vão além do horizonte, piedade
pede o olhar ressecado e calado
da alma despedaçada no sulcado
As folhas secas em barquinhos
navegam nos cascalhos solitários
das encruzilhadas dos itinerários
Sobem e descem pelos caminhos
dos sonhos abandonados no chão
desviados pelas barcaças da ilusão
E vão sendo levados numa única direção
se distanciando do porto seco, mais e mais
e eu aqui, fico sentado neste imenso cais
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03 de julho de 2016 – Cerrado goiano
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