Cais do cerrado

Sentado no cais do cerrado

vem e vai o vento desfolhado

dos escombros da saudade

Vão além do horizonte, piedade

pede o olhar ressecado e calado

da alma despedaçada no sulcado

As folhas secas em barquinhos

navegam nos cascalhos solitários

das encruzilhadas dos itinerários

Sobem e descem pelos caminhos

dos sonhos abandonados no chão

desviados pelas barcaças da ilusão

E vão sendo levados numa única direção

se distanciando do porto seco, mais e mais

e eu aqui, fico sentado neste imenso cais

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

03 de julho de 2016 – Cerrado goiano

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Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 03/06/2016
Reeditado em 03/11/2019
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