Confissões sem dó
Alimento-me das dores
Adoro os dias cinzentos
O voo solitário da gaivota perdida
As tardes de chuvas que deixam embaçadas as vidraças
Contra os meus suspiros escrevo nomes hoje,
Apenas fantasias.
Aspiro os perfumes como dias felizes que nunca mais voltarão.
As músicas? Quanto mais estraçalham o meu coração
Mais me fascina o poder de repor cada dor de volta ao seu lugar.
A cada lágrima que verto, perco energias físicas
Mas reponho cada gota perdida em dias e dias de arrependimento.
Sinto a melancolia como um equilíbrio da alma
Não vazia, cheia de lembranças tardias.
Se a felicidade me chateia?
Creio que não.
Ela é passageira como é a tristeza
A mesma ao escrever essas confissões.