Confissões sem dó

Alimento-me das dores

Adoro os dias cinzentos

O voo solitário da gaivota perdida

As tardes de chuvas que deixam embaçadas as vidraças

Contra os meus suspiros escrevo nomes hoje,

Apenas fantasias.

Aspiro os perfumes como dias felizes que nunca mais voltarão.

As músicas? Quanto mais estraçalham o meu coração

Mais me fascina o poder de repor cada dor de volta ao seu lugar.

A cada lágrima que verto, perco energias físicas

Mas reponho cada gota perdida em dias e dias de arrependimento.

Sinto a melancolia como um equilíbrio da alma

Não vazia, cheia de lembranças tardias.

Se a felicidade me chateia?

Creio que não.

Ela é passageira como é a tristeza

A mesma ao escrever essas confissões.

Robertson
Enviado por Robertson em 12/04/2016
Reeditado em 12/04/2016
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