Funeral

Quando eu morrer, atenção

É do mar o rumo da cidade

E não o cerrado a direção

Saudade

As mãos enterrem em Madureira

O coração, levem para Ipanema

Na Coelho Neto a alma por inteira

Suprema

No aterro joguem a minha admiração

E meu sotaque mineiro anexado

Na Igreja da Glória, minha oração

Largo do Machado

Os ouvidos deixem na São Salvador

Degustando os chorinhos de domingo

Sepultem a cabeça na pedra do Arpoador

Gringo

Na "SAARA" depositem minha ambição

Em Botafogo os olhos na sessão de cinema

Do Redentor as cinzas que restaram

Poema

O juízo abandone aos seus

Que desvivam como viveram

Assim seja, o espírito em Deus

Adeus

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

09/04/2016, 18'00" - Cerrado goiano

(Parafraseando Mário de Andrade)

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 10/04/2016
Reeditado em 02/11/2019
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