Como árvore seca
Revelava-se como um objeto inacabado
Queria ser translúcida e se via obscura
Não se distinguia em meio ao contexto
Sem pretexto, revestia-se de armadura
Árvore de primavera
Assim era ela desfilando cores e amores
Instigava paixões experimentava sabores
A vida parecia-lhe como poesia tão bela
Implacável é o tempo que sempre atento
Sem alento, consumia-se em amargura
Após sofrer dissabor por culpa do amor
Desmanchava-se em sua dor
As folhas de outono caem ao vento
Em sua memória uma imagem noturna
Atrás, a lua cheia como fogo, luzia distante
Em frente uma árvore seca, um desalento
A luz projetava a sombra aos seus pés
Inclinando-se prostrada em pensamento
O pranto que escorria pelo seu rosto
Denunciando muito desgosto e tormento
Veio a chuva lavou a paixão, é outono
As folhas secas rodopiando pelo chão
Passou o inverno, enfrentou seu inferno
Trouxe nova esperança ao seu coração.
Em 2006, principiaram os eventos que inspiraram esta poesia.