Minho Indelével

Contigo despertei;

Vivi momentos inesquecíveis;

E vezes sem conta te contemplei;

Sem pueris ímpetos irascíveis...

O teu inevitável verde esperança;

Que nobre façanha a tua paisagem;

Esmero que o imperfeito alcança;

A tua essência trago na bagagem...

Meu Minho indelével;

Terra magistral;

És tão apetecível;

Quanto frugal...

Nos teus montes;

O meu pensamento flui;

A minha imaginação sai em fontes;

A infelicidade rui…

Pois em ti mora;

Uma inexplicável magia vital;

Algo que a minha alma adora;

E suspira por sinal...

Meu Minho, minha Vila Nova de Cerveira;

O teu ar possui partículas de emoção;

Sorte derradeira;

Ter-te no meu coração...

Em criança brincava nas tuas florestas;

E olhava o teu céu estrelado;

Na adolescência divertia-me nas tuas festas;

E banhava-me no teu rio acetinado...

Hoje, homem tornado;

Só te sei amar;

Estás-me entranhado;

Ao meu filho te vou apresentar...