NA METADE DO ANDOR
Entrei no circulo do sexagenário
estou já no meio da curva, da meia idade
a curva agora que me levam as dores na coluna
a curva do tenta aqui, tenta ali, mas não deu
a curva do acho que consigo,
dos quem falam, parece que ele se esqueceu
A curva agora do cansaço, fadiga continua
a curva dos meus pensamentos confusos
a curva da contemplação do meu passado
do que fiz de certo ou de errado
A curva agora do silencio, da renuncia, dos anseios
da sinusite, da faringite, e o reumatismo
da diabete, do colestero,l e triglicerídios
a curva dos remédios caros, de meus medos
da falta de sono, dos pesadelos
se dormindo ou acordados, não parecem diferentes.
A curva da velhice dependente
a curva que aproxima mais e mais agente,
da eminente morte frente a frente
as horas que agora são mais contadas
a curva que agora não comemora mais os anos
apenas o tempo que segue para o abate,
já vivido com o tempo pela estrada,
e o circulo já está bem no centro, falta apena um detalhe
para enfim: ir ao encontro
de quem me trouxe a esta vida amada.
autor; nildoaires