Quinze para as dez
Sigo caminhando aos mesmo ritmo,
sem controle pra frear
e à minha vista a enxergar
a miragem de onde não pude chegar.
Ergo o meu corpo da cama
me vejo sendo a mesma pessoa
Sempre os mesmos carros que por aqui passam
O vazio que grita e em mim, ecoa
Meus pés se enterram onde não almejam morrer
para permanecerem e logo eu os esquecer.
Amarro descalço os cadarços
entrelaçando-os aos meus dias
com meu desejo de partir
de onde não posso sair.
Ah, se eu pudesse calar
o que me mantém nesse lugar
e sumir
sem saber o caminho pra voltar.
Se eu pudesse ver tudo mudar
ao menos sem duvidar
de onde eu iria estar.
A vida poderia se tornar melhor.
Não vou saber.