MENINO...
Um olhar desconfiado
me indagava no vazio do infinito
pois a felicidade que eu sonhava
vivia me margeando
e eu, a traz dela, sempre buscando...
não havia pressa de ver o tempo passar
o Sol já despertava brilhoso
e o dia não passava
o vento zunindo soprava
a noite enluarada nunca chegava
um menino acanhado
olhos firmes e vidrados
com um sorriso triste
levemente na face entalhado
por um destino opaco
que nascia e se perdia confrontado
ora pelo Céu, ou pelo inferno...
na adversidade nunca houve pranto
apenas sentia a dor a cor dela
mas logo vinha o acalanto
emergida da esperança de um menino
que um dia, a vida viria, prometida com bonança
e outra vez, sonharia como criança
indagando meus infinitos
que os dias se multiplicavam
pairavam em harmonia
como a mais bela música
ao som de uma sinfonia
e o tempo não passava
o vento mais forte soprava
e me dizia ao pé do ouvido
bem baixinho que a vida
dentro de mim havia meu destino,
e era tudo
era a sorte que eu precisava...