Flores...

Sou o teu ventre,

Alimentado o meio,

Como um campestre,

Chorando um permeio.

Vou pela tua ladainha,

Fingindo ser uma esquina,

Pelo contexto da rainha,

Lá vi pela tua escuna.

Somente o covarde,

Ladra sem ter vontade,

Pelo caminho asperso,

Vi tanta vida imerso.

A oração é fomentar,

Diga isso do seu olhar,

Sou o teu embrião,

Nasceu dentro da prisão.

Ventre com a coalizão,

Machucou a imersão,

Vide a liberdade,

Errando pela casualidade.

Chorou uma pequena flor,

Calando pela saciedade,

Sou somente um amor,

Cheio de criatividade.

Creio mais ainda,

Quem caça o leão,

Abarca também visão,

Sou o poente vivente,

Calado por sobrevivente.

A flor abarca a paixão,

Amar tanto com dispersão,

O sol que relumbra,

Saindo da própria sombra.

Cai pelo meu desfecho,

Sitiando o meu entendimento,

A falar com o que fecho,

Um sedimento, flor de cimento.

Chora hora vê ou hora crê,

Somente o meu conduto,

Ouvindo quem tem fé,

Foi-se água pelo aqueduto.

Não luto apenas veja,

Das iguarias inveja,

Cedendo quem forte,

Mas ainda foi sorte.

Sou um criado mais mudo,

Chovendo a pirâmide,

Sou até um sortudo,

Calado pela atitude.

A flor é a minha paz,

Não sei de anos calas,

Falando o que foi atrás,

Ele diz e tudo faz.

Não sou perfeito,

Mas a flor sim,

Pensando assim,

Um perfeito conceito.

Chora ora engoles,

Um coração discreto,

Uma gaita de foles,

Tocando o concreto.

Sou a rosa da flor saliente,

Um som tão brilhante,

Mais ainda tão quente,

Ainda o mais adiante.

Floresce a minha floresta,

Esquenta o meu verão,

Dizendo para a sesta,

Armar a minha compaixão.

Chove a chuva sob rosa,

De uma linda planície,

Tudo o que se desvie,

Parecendo mais fanhosa.

Olha o cantinho da fauna,

Respirando a história,

Foi-se pela era nona,

Falar o que é notória.

Sou um pardal,

Voando pela esquina,

Vi pelo quintal,

Uma doce menina.

Ela brinca com a ave,

Mais ainda o que fale,

Entonei uma clave,

E minha boca cale.

Chorei pela perda,

Uma flor quente e bela,

Uma intensa paz entenda,

Eu por ela, perdi por ela.

A rosa já via,

Mas ninguém disso sabia,

A vida era contente,

Mesmo calado sente.

O sol já vivia só,

Raro efeito do nó,

Chovia pela madrugada,

Mais ainda do que sente amada.

Passei a noite inteira,

Velando por ela,

A minha amada queira,

Ser singela e querida bela.

Chove ainda pela amada,

A minha alma está sulcada,

Senti-me um deserto,

Amando ela, bem mais perto.

Anderson Carmona Domingues de Oliveira – 22 de março de 2016

Gumer Navarro
Enviado por Gumer Navarro em 22/03/2016
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