Sob a pele tatuado

Dos meus erros mais extremos

Aos insultos que sofri,

Já não me culpo ou lamento,

Pois apanhei e bati.

Eu fui como o fruto verde,

Eu fui como a águia nova,

E assim quero sempre ser,

Mas águia que se renova.

Fui tão cego certas vezes,

E algumas vezes insano,

Fui mocinho e fui bandido,

Eu fui simplesmente humano.

Eu fui fogueira e fui rio,

Fui anjo e fora-da-lei,

Também fui tédio, apatia,

Ri muito e muito chorei.

E tudo foi necessário,

Pois não é reta esta vida...

É navegar num corsário,

É Odisseia e Ilíada.

É qual inferno de Dante,

É o beijo de Beatriz,

Também o beijo de Judas,

E o dia da flor de lis.

E sei que sou meu caminho,

Sob a pele tatuado...

Romance escrito por tantos,

E nem sempre açucarado.

E fui o que eu poderia,

E fui o que acreditava,

Fui somente o que eu sabia,

Fui só o que eu alcançava.

Eu fui e sou e seria,

Não rejeito nada meu.

E aqui, ferido ou ditoso,

Importa-me só que fui eu.

Edgley Gonçalves
Enviado por Edgley Gonçalves em 25/02/2016
Código do texto: T5555371
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