O plantio
Cai-me ao chão.
Chuva em minha cabeça...
Alguém poderia me dar o perdão?
No ritmo dos dias só fui afundando
Me joguei num mar de terra
Fui jogado perambulando.
Separei-me de tudo
Separei-me de todos
Só não separei-me do meu envolto
porque sem ele eu sou só um tolo.
Separei-me da minha origem.
E de todos os outros semelhantes
que com a dor da separação
viraram fuligem.
Cai sobre o chão.
Brotei-me sobre a terra.
Antes eu era uma semente
hoje eu sou mais que um embrião.
Fui destinado a continuar a minha linhagem
fui obrigado a de minha mãe perder a aprendizagem
Caí à mais ou menos meio metro dela
Foi tudo programado
pois a 20 centímetros tinha uma viela.
Absorvi!
Cresci!
Dei frutos e vivi.
Vivi para ser aproveitado por aqueles que de mim tiram o fruto
Aproveitam minha semente
Me tornam absoluto.
Minhas flores estão magníficas.
Algumas apodreceram,
outras estão escondidas.
Para que algum dia eu possa explicar o quanto a vida é importante
pois vários outros irão cair a todo instante.
Mas com o mais belo propósito irão se levantar
E aquela semente pequenina irá brotar.
Cai-me ao chão.
Chuva em minha cabeça...
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Caro leitor, essa poesia serve para refletir o quão lindo é o ciclo da vida.
Um dia somos sementes, com medo de tudo e todos, e de repente nos vemos ao chão. Sozinhos, mas com terra, água e luz pra florir. E assim como as plantas, nós temos um ciclo a cumprir. Eu de cá, escrevendo minhas palavras, emocionado ao te ver sorrir. Assim como está fazendo agora.
Boa Leitura!