O plantio

Cai-me ao chão.

Chuva em minha cabeça...

Alguém poderia me dar o perdão?

No ritmo dos dias só fui afundando

Me joguei num mar de terra

Fui jogado perambulando.

Separei-me de tudo

Separei-me de todos

Só não separei-me do meu envolto

porque sem ele eu sou só um tolo.

Separei-me da minha origem.

E de todos os outros semelhantes

que com a dor da separação

viraram fuligem.

Cai sobre o chão.

Brotei-me sobre a terra.

Antes eu era uma semente

hoje eu sou mais que um embrião.

Fui destinado a continuar a minha linhagem

fui obrigado a de minha mãe perder a aprendizagem

Caí à mais ou menos meio metro dela

Foi tudo programado

pois a 20 centímetros tinha uma viela.

Absorvi!

Cresci!

Dei frutos e vivi.

Vivi para ser aproveitado por aqueles que de mim tiram o fruto

Aproveitam minha semente

Me tornam absoluto.

Minhas flores estão magníficas.

Algumas apodreceram,

outras estão escondidas.

Para que algum dia eu possa explicar o quanto a vida é importante

pois vários outros irão cair a todo instante.

Mas com o mais belo propósito irão se levantar

E aquela semente pequenina irá brotar.

Cai-me ao chão.

Chuva em minha cabeça...

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Caro leitor, essa poesia serve para refletir o quão lindo é o ciclo da vida.

Um dia somos sementes, com medo de tudo e todos, e de repente nos vemos ao chão. Sozinhos, mas com terra, água e luz pra florir. E assim como as plantas, nós temos um ciclo a cumprir. Eu de cá, escrevendo minhas palavras, emocionado ao te ver sorrir. Assim como está fazendo agora.

Boa Leitura!

Caio Vieira
Enviado por Caio Vieira em 10/02/2016
Código do texto: T5539137
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