Das ojerizas
Das ojerizas
Embora amargue à solidão que te espanca
resisto em calar
aos vitupérios de teus extremos,
trópicos venenos que em poesias sangras...
palavras-sais de águas rasas
que escorrem em ribeirinhas,
que morrem em tuas margens áridas
e nunca me alcançam...
só vazam pra te afogar...
Teus versos egoísticos contêm iras
e que só a ti maltrata;
e em tuas tantas capas,
um ser que ergue-se infeliz.
Em tua alma-calabouço,
de portões, celas e trancas;
teus cursos a luz atravanca
deixando o viver no escuro
e só por um triz;
uma história que ao outro enfada...
lamúrias que a sorte estanca,
augúrios que à morte fada...
e em teus caprichos, pretextos de escapatórias
nas trajetórias que estragam
a fé de sobreviver...
Amiúde tais embaraços
que desconstrói o querer,
vão pro ataúde os abraços
que se rendem ao cansaço
que se renegam ao aprazer...