Névoas e dores
A névoa que vincula-me ao meu passado
Veste os olhos de minha poesia.
Sem deixar que se rompa o velcro
Impedindo-me de banhar-me em palavras.
E amante da dor que nunca passou
Fisga meus alicerces, incomodando-me
Aprisionando as vozes de minha infância
Retardando o meu acontecer.
Névoas e dores tapam os olhos
Da minha força de vontade
Ilhando-as do lado de fora de mim.
É nascido comigo
O poder infindo de um suspiro
Capaz de me desanoitecer.
Enide Santos 24/01/16