Aborte-me mae!
Aborte-me mãe! que já não vale a pena,
A vida é bela só em olhos de poeta
Me poupe de ver tanta tristeza
Tanta violência e miséria,
Me aceitaria do outro lado da força?
Pomposa, nadando em rios de maldade
A vida é injusta e só vive bem
Quem pisa nos fracos, é a realidade
Porque deste ar respirarei?
Para que olhar dentro dos teus olhos
E ver o seu encanto, o amor que sente,
Se sabe que eu já não me importo.
Egoísta! Eu não me canso e insisto
Aborte essa covarde criatura,
Que não deseja participar desse mundo,
Me deixe ir enquanto estou prematura
Ignorando todas as minhas súplicas,
Nasci desse amor de minha senhora,
Eu vim a este mundo obrigada
A ser alguem, fazer minha trajetória
Eu vi pouco amor e muita maldade
Os olhos dos que choram me martiriza
E para conviver com essa bagagem
A vida fez de mim uma poetisa.