Complementares
Mal vejo chegar o céu do dia
E, logo vem o céu da noite.
Uma brisa leve vem do monte
E varre do dia sua luz de leite,
Que nasce e finda no horizonte.
Surge a lua no fundo do breu
Quarto minguante, lua cheia
Madeira, fogueira, lareira...
Eterno tempo, será tudo teu?
Fruta cai na noite, no escuro.
Mas a semente, brota ao sol.
Nasce em flor, em fruta depois,
Mas, logo amadurece, e então
Volta ao adocicado solo puro.
E de novo, da noite é o céu.
Fiel, amável, incrível...
Roubando do dia, seu vigor
A velha noite impõe seu rigor.