O Desafio de Viver




Que a morte não seja representada
pela imagem de uma bruxa megera.
Que o nosso contínuo amadurecimento 
faço-nos reconhecê-la, 
no futuro, como bela ninfa.
Que não seja uma imensa muralha,
que não seja uma grande barreira,
um enorme obstáculo,
mas seja convertida em indescritível portal
para o infinito céu,
onde veleja a nau da existência.
Seja imagem distante
que nos faça esquecer
as cartas marcadas
com que o destino nos ameaça.
Que, fugitivos da predestinação, 
passemos a crer que a cada minuto
tudo podemos mudar.
E assim, quem sabe,
nem a vida, nem a morte,
longe dos pontos limítrofes,
fugitivos do presente,
libertos da intensa
felicidade dos nascimentos,
libertos dos torturantes
traumas dos falecimentos.
Sublimando a razão
pelo batismo do conhecimento.
Cegos, reconhecendo
existirem dois planos.
A visão do raciocínio,
o olhar do pensamento
que conclui o intuir,
que cria o pressentir da ideia.
Que o esclarecimento
ilumine as sombras do medo,
abandonando o sentir morrer a cada dia.
Que ante o reconhecimento da eternidade
cada instante seja
apenas mais uma letra no livro da vida.
E a vida terá vencido a morte.
E a morte será apenas
um estágio de mudança na vida eterna.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 03/04/2010
Reeditado em 15/02/2020
Código do texto: T2175137
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