Os Encantos do Ser 
 

Se bastasse a beleza,
não far-se-ia necessária a força.
Pois que para ser belo
seria preciso que antes existisse.
É a força que cria o existir,
é beleza que lapida o existente.
Talvez por isto,
a força haverá
de ser sempre fecundidade,
Mesmo que,
momentaneamente, apenas dormente.
E se a vida não fosse
imediatamente reconhecível,
ainda assim haveria
de estar sempre presente.
Viva em toda sua intensidade,
muito além de tudo,
além de mim, além de ti.
Enigmaticamente caminhando
por caminhos ocultos.
Fazendo-se fugitiva,
gerando percepções,
fingindo ser.
Falando a toda quietude do silêncio,
despertando a busca.
E o buscar confraternizando-se
com o germe da força,
numa obstinada vontade,
vencendo as sombras da exaustão.
Nascendo daí um questionar incessante,
um desafio de tantas dúvidas
que talvez obtenham respostas.
Não tendo, porém, certeza alguma,
e ficando tão perdido,
que, pelo acaso, quem sabe encontre-se.
Tendo por endereço
o desenho de letras
que acabem em verso.
Contemplando pensamentos
como se fossem plumas ao vento.
Espreitando sentimentos
como se desvendassem segredos.
Visitando pela divagação lugares
que efetivamente desconhece.
No anseio da busca,
no almejar das descobertas,
na grande aventura da vida.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 06/06/2009
Reeditado em 26/12/2019
Código do texto: T1634996
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