Solidão solitária

Eu prefiro ser só sozinha

Ao invés de ser só em uma multidão

E a solidão me persegue

Por mais que eu tente escapar

Ela me devora

A cada batida do meu coração

Que cada vez bate mais devagar

As pessoas tentam me agradar

As coisas tentam me fazer esquecer

Mas só na música encontro um refúgio

Mesmo que só

Ainda assim não consigo me livrar

Desse monstro que me persegue

Dessa doença que me consome

Destruindo pouco a pouco

Até que um dia

Não haverá mais o que destruir

Um último adeus para eu voar

Um último delírio

Um último suspiro após a lucidez

A prisão sem fim que há em mim

Em meio a tristeza e ao esplendor

Reação inexplicável

Felicidade inalcançável

E a agonia de uma vida

Que não pode ser sentida

Que foi apagada e destruída

Nízia Rodrigues
Enviado por Nízia Rodrigues em 19/05/2008
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