madrugada

Soltou-se em vapor etéreo, numa nuvem de telergia.

O sangue do corpo astral, em massa gaseificada.

No cemitério deserto, a madrugada dançava.

As chamas ténues, persistiam.

Deambulavam, vagabundos espectros transparentes, por entre as horas brancas.

O vento passava de mansinho.

Espalhava o perfume doce das flores secas.

Gemia um violino.

Caiam folhas, como lágrimas.

Preenchiam notas tristes, espaços vazios e memórias.

Do que há muito se perdeu.

Um buraco, onde batia um coração.

Não há olhares, nem gestos, nem vozes.

Só passos. Silenciosos lamentos.

JillyFall
Enviado por JillyFall em 19/05/2008
Código do texto: T996557
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