madrugada
Soltou-se em vapor etéreo, numa nuvem de telergia.
O sangue do corpo astral, em massa gaseificada.
No cemitério deserto, a madrugada dançava.
As chamas ténues, persistiam.
Deambulavam, vagabundos espectros transparentes, por entre as horas brancas.
O vento passava de mansinho.
Espalhava o perfume doce das flores secas.
Gemia um violino.
Caiam folhas, como lágrimas.
Preenchiam notas tristes, espaços vazios e memórias.
Do que há muito se perdeu.
Um buraco, onde batia um coração.
Não há olhares, nem gestos, nem vozes.
Só passos. Silenciosos lamentos.