Entre aspas.
‘Não sei por que estou vivo’.
...
Quando desperto de manhã
Sempre... Já é quase meio dia
Todos os dias.
Sento-me na cama como meus pés tocando o chão frio
Apoio meu tronco no travesseiro sobre as minhas pernas.
Algumas vezes (quase sempre) cochilo sentado abraçado ao travesseiro...
Flutuando por um momento da realidade...
E desperto.
Mas não me levanto
Permaneço sentado... Perdido... Pensando... Lamentando por ainda estar vivo.
Por ter acordado e saber que existe mais um dia.
‘Não por que estou aqui’.
...
Necessito de remédios para enevoar minha mente enquanto estou acordado
Drogas para entorpecer sentimentos destrutivos.
Remédios para conseguir dormir...
O que ocorre somente quando o relógio se aproxima das três da madrugada.
Mesmo que eu sinta sono o dia inteiro.
Nunca fui feliz.
O mais próximo que cheguei de tal sensação foi uma mentira penosa e nociva.
‘Não sei por que ainda existo’.
...
Não faz sentindo
Estou no escuro, no frio, nú e sozinho.
Talvez esteja no inferno e não tenha percebido
Pois em cada passo meu só conheço sofrimento.
É um mundo cão, é uma vida sem vida, é um Deus maldito e perverso.
Sou o DeSaFoRtUnAdO, o enforcado que não morre...
Sou um espelho quebrado, inútil, sou o prisioneiro do tormento.
‘Não sei por que não chega o meu fim’.
...