BREVE RELATO DE UMA SOLIDÃO



Procuro encontrar dentro de uma canção
que chega-me na brisa,
um acalanto para a dor pungente
que esfola minha alma com as chibatadas
algozes da desilusão.
Dentro de mim,
um pobre coração,
chora a saudade presente
da mulher ausente,
que não aprendi a viver sem.
olho o vazio  do céu estendido
sobre a minha cabeça vazia de bons pensamentos
e me deixo levar pela ilusão de poder alcançar,
com as mãos grandes da esperança
que reluta dentro de mim, a estrela solitária
que ousa brilhar na varanda nublada do firmamento.
Meus olhos abraçam o que me é inatingível
e num olhar audacioso trago para dentro de mim,
enciclopédias de fantasias pertubadoras,
que despertam ilusões e delírios,
já adormecidos no ventre do meu âmago.
Quem dera eu podesse evitá-los,
ou pelo menos retirá-los
aqui do meu peito,
para que assim eu
consiga dormir um sono de urso
e acordar preguiçoso nos braços macios
e perfumados da celestial primavera.
luznaentradadotunel
Enviado por luznaentradadotunel em 04/05/2008
Reeditado em 04/05/2008
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