Sem luar...
Não havendo luar,
Não se atreverá o romance
E nem nascerá a fantasia
O que terei?
A madrasta solidão aconchegada
Sem luar, não verei o sorriso
De um amor clandestino
Pousado a janela
Dizendo-me: “bela”!
Não se atreverão estrelas
A perolar lençóis
Bordando-os de luz e cores
E a inventar perfumes
Como se fossem flores!
Sem luar, apenas
O leito frio
A alma vazia
E a cabeceira,
Entoando perene canção
À companheira Solidão