Escrevo para....

Escrevo para...

Escrevo para não morrer, minguar

Bixar, me diluir num mundo de indefinições

Para não enlouquecer e me perder em perguntas

sem respostas nesse mundão embananado de éticas

obtusas e mal aparadas sempre agradando alguns e

decepcionando muitos.

Escrevo para morrer e renascer nas novas palavras

que me acompanham e me consomem em todas manhãs

cinzentas, azuis, amarelas e algumas noites amargas longe de ti.

Escrevo para transformar teus olhos sorumbáticos em prazenteiros

de vida e de sol a me seguir estrada afora.

Escrevo, infernalmente, na escola, na rua, no ônibus, no carro,

na tua espera indefinida de amores indizíveis

Escrevo tanto, tanto... E todas, às vezes que uma dor me invade e

me despede de esperanças, crenças, ilusões e sonhos.

Escrevo para me salvar de tudo que não posso ser...

Mas, posso imaginar nas palavras que saem saltitantes da minha mente delirante.

Isa Piedras

28/07/2008