Estragos, de um pouco de solidão
É noite, faz calor.
E, só em meu quarto, não sou mais da metade do que um dia fui.
Sou mais inteiro do que quando era maior.
Mais forte, do que quando pensava o contrário... Que era forte (E não era).
Mais sábio e democrático...
Às vezes enigmático... Até mesmo pra mim.
Mas, nunca, menos trágico, menos aborrecido... Menos triste.
Menos eu... De sempre.
Observo pela janela, a chuva que começa a cair...
Ao contrario do que acontece com a maioria, ela alegra meu coração.
Amo-a, efêmera companheira fulgaz...
Como vens do nada, desaba, altera as coisas... E vai.
Tristes, são teu destino e teu fim.
Me fazem amar-te, mais e mais.
Minhas únicas companhias...
A cerveja, o barulho da chuva, cigarros e um violão calado.
Ainda assim, penso...
- Quarto apertado.
E a fúria crescente...
E o amor sucumbindo.
E pensamentos disformes e palavras nascendo, em ritmo alucinado.
Não há de ser nada... Besteira.
É só uma sexta-feira...
E eu... Estou só.
L>K