QUANDO ÉS ESTRANHO (ou A Ilha dos Imortais)

Poema baseado em muitas músicas do género, mas também numa conversa que tive com a minha querida e estimável Amiga Vera/Arya

QUANDO ÉS ESTRANHO

(ou A Ilha dos Imortais)

A chuva

Parece que escolheu

A Ti

E só a Ti

Molhar

Independentemente

Do local

Onde possas estar

Quando és Estranho

Os rostos difusos

Que saem do nevoeiro

Parece que querem toda a tua a alma

Todo o teu ser

Não por partes

Mas inteiro

Quando és Estranho

As tuas palavras

Por vezes dão a ideia

De nunca atingir o seu objectivo

Parece que falas uma língua morta

E que ninguém quer ficar contigo

Quando és Estranho

As lágrimas que deitas

À beira mar

Parece que escolhem o interior das dunas

Para não deixarem rasto

Para ninguém em Ti reparar

Quando és Estranho

Os dias são noites

E as noites são dias

Tens uma guia

De marcha para a eternidade

Mas sentes que não tens companhia

Para essa carestia

Que a Deusa fortuna te deu

Sem que ninguém notasse

Estamos eternamente sós?

Essa é uma dúvida que nos consome

Sendo dissipada

Se soubéssemos que alguém nos amasse…

Porque lá

E só lá

Podes partilhar

Com os náufragos

De uma certa vida

A que a solidão

E o estarmos sós entre os nossos iguais

Convida

Na mesa da imensidão

Os teus Infinitos

E característicos ideais

No altar dos Deuses sem nome

A Ilha dos Imortais