Água eu

Minha mente entorpece

com essa chuva

que cai tristemente.

Um lamento sem nenhuma graça.

Esta noite me alcança,

me reanima forças

que o mundo me negou

em duas décadas

de subordinação.

Sou como essa chuva,

mórbida e fria.

Também escorro vazio

quando a vida

me mostra de longe

um sorriso hostíl.

Me suaviso na relva,

me solidifico nos seres e coisas.

O estado gasoso me eleva.

Também desabo estrondoso

na hora da vingança.

E ainda chove...

E ainda vivo...?

Dil Erick
Enviado por Dil Erick em 20/04/2008
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