Das eternas mortes II
*
Pode um canto triste
moldado entre folhas
pousar no meu luar?
Um dia, era manhã
quando tu 'inda cantava
e eu ainda estava lá
Sangrou a última pedra
passou o último dia
Tingiu tudo a escuridão...
E tu cerrastes
meu futuro
como versos escondidos
entre o risco
e a imensidão.
Canta agora,
meu destino
canta o canto mais doído
da velha morte que partiu
No clarear da solidão
foi-se tudo, foi a lua
nos deixamos feito chuva
na última curva do rio.
(Jessiely)