POR UM AMOR AUSENTE

Tateio em vão no breu...
Tropeço no próprio eu,
Insuportável calor,
O que fazer com essa dor,
Que me envolveu?
Ligo o ventilador,
Fico sujeito ao frescor,
Artificial que circula no espaço,
Me desfaço por um amor,
Ausente – a alma sente,
O peso do fardo – cansado,
Desejo lançá-lo fora,
Junto com a solidão que me devora,
Não posso, não tenho esse direito,
Esse instante é meu;
Inquieto, estiro o corpo no leito,
E solto insultos ao breu.