Som e angústia

Som que afugenta a angústia

Angústia de Som

Angústia da vida

Som dengoso de violinos chorões.

Minha alma enche-se desse som.

A angústia se vai sorrateira

Pela sombra da vergonha

De ter me atormentado

Noite adentro, cruelmente.

Violinos agora conversam entre si

O violão cobre-os com acordes consonantes

Esbarrando vez outra nos dissonantes

Que parecem sorridentes.

A caixa ao fundo marcha resoluta

No ritmo da vida que dá vontade

Desamarrar o coração

E começar a dançar

Nesta madrugada doída.