O cavaleiro solitário, por Tenório Valjean.
É tarde
Ainda que isso possa transpor centenas de sentidos;
Simplesmente, é tarde
Tarde pra queixar-se à alma a culpa
O vento as tempestades
As palavras, o silêncio
E que procuro ainda assim?
O sol se foi
E com ele não levou só a luz
Levou a vida que cresce porque ele existe
Ainda assim, que tenho eu de sol?
Que penso eu sobre entregar a existência a outrem?
Não existe sol em minha vida
Se sou assim
Ao menos não fica a hipocrisia de culpar
Quem não tem culpa:
Ninguém tem culpa.
Calma-te, coração
Não há de morreres sem ao menos ser irrigado
Onde existe morte sem água?
Respirar é morrer
Nascer é morrer
E que procuro, ainda assim,
Eu da vida?
Deixa-me quieto
Teu silêncio é meu tejo; meu progresso
Sonhar me ocupará a mente
Deixa-me assim,
Só.