Solidão

A chuva cai lá fora serena

E lava a minha alma angustiada

Solitário, sob o abrigo da noite silenciosa

Rolo na cama, insone

Na cabeça confusa, as imagens de uma valsinha

As criaturinhas e a mãe aquecidas sob o edredom

Mostram-me a vida cheia de oscilações,

na quietude do lar.

A valsinha martelando

A chuva em pranto silencioso

A noite longa, entristecida

Interminável, sem vida.

Os corpos adormecidos

Ensaiando o futuro longínquo

O tempo do artista, incomum

A minha incapacidade em aceitar

A passagem do meu tempo comum