Oxalá
(06/08/04)
Que amanhã eu possa acordar
E desejar-me um sincero bom dia
Que eu veja meu rosto no espelho
E possa sorrir pra mim mesmo
Que amanhã o sol brilhe
E eu possa sentir seu calor
Sentir o cheiro da grama cortada
Sentir uma brisa no rosto
Ver um passáro, um gato ou um cachorro
E pensar que este é um mundo incrível
Que eu olhe para o céu e veja este azul
E que este azul me dê equilíbrio
Ou se o dia estiver mais cinzento
Ou, quem sabe, bastante chuvoso
Que eu entenda que nem tudo na vida
Pode ser de azul cristalino
Que o dia passe ligeiro
Ou bem lento, quem sabe?
Não importa!
Mas que ao final deste dia
Ele seja mais um de alegria
E não um a menos a espera da morte
Que o vermelho da noite eminente
Encha meus olhos e transmita
Seu calor direto pra alma
Me acalme e me traga harmonia
Que também me traga a ciência
De que a vida deve ser vivida
Com paixão, mas sobretudo paciência
Que o escuro profundo da noite
Sirva apenas como pano de fundo
Para estrelas e para o brilho da lua
E que sua luz prateada
Redobre a minha energia
E que a noite não seja somente
O momento de sentir-me sozinho
Que amanhã novamente o dia
Me conceda a graça do pensamento
E pensando que amar é possível
E finalmente possa arrancar
O vazio que hoje sinto no peito