virago
sou virago
mulher forte,
guerreira
nascida em tempo de chuva,
mas que atravessa desertos
que não sabe nadar, mas vive
imersa em mar de lágrimas
e, sobrevive impávida,
intacta
suas dores lhe esculpem
escudo chumbado ao peito,
qual amazona brava.
não temo a solidão
não temo a miséria
nem as tempestades , raios
e nem os furacões
só temo a insensatez humana em querer
a todo custo o poder,
o poder de ter poder
e, destruir tudo por segundos de
cega ambição
sou virago
e minha história me escolheu para
ser assim,
dona de minhas rédeas,
dona de meus passos duros
de minhas mágoas secretas
sou virago
sem perder a ternura pelos filhotes,
pela manhã de sol
e, me emociono ao ver o cair da
tarde,
ao ver a lógica secreta dos dias
a desfilar em bigas romanas
a besta-fera de cada um de nós.