A FOLHA E O POETA
A folha branca jaz impassível sobre a mesa.
Ali, desprotegida e frágil, ela espera.
Nada pode fazer, além de esperar...
Por um vento que a leve;
Por um lápis que a acaricie;
Por uma mão que a rasgue.
O seu futuro é incerto...
O destino é quem decide.
Um desenho infantil;
Uma lista de compras;
Uma carta de amor.
Vejo a frágil folha em inocente espera
E por um momento, eu sou a folha.
Frágil e desprotegida me encontro,
Nada posso fazer além de esperar...
Pela coragem de seguir adiante, só;
Pela mão que me guiaria e caminharia a meu lado;
Pela resposta que nunca chega.
Meu futuro é incerto...
O destino é quem decide.
Frente a frente,
Continuamos a esperar...
A folha e eu.
O poeta e a poesia.