Plenilúnio

17-04-2006

I

Eu

Rostos quebrados, amigos imaginários

O céu está trancado-foge, foge

Desaparecer sem história

suas ampôlas, seringa, pó...

da Leucêmia tácita, caí, desiste

Pare! Isso me envergonha....Machuca!

Há demônios assobiando debaixo da cama

flertando um mequetrefe e uma puta velha

Sujo, feio, groseiro, rude

Para viver de pesares e amarguras

forjada a espada empunhando mágoas

Quando vivi no esgoto saciei-me com ratos

e bebi de alucinógenas águas

De onde não viram algum anjo sangrar

Sem estrelas! Sem glórias! Sem sonhos!

Ah,não... O quê existe então?

E esses poemas de garotas mortas?

A janela fechada e a Morphina entrando quente

Há amebas roendo minha cabeça

Diz-me que sou uma criança feliz!

Sem gaivotas no alto azul

Sem o vento p'rá me levar d'aqui

dentre rachadas vidraças neon

vejo sorrisos e abraços fraternos

Levante-se! Levante-se! Levante-se!

Berrar com raiva do sol

que sou um carniçeiro cego e pobre

e a descrença fez do meu olho podre

Agora diz-me que s...

II

A melancólica alegria

(ou da perigosa segurança)

Eu quiz para mais já era tarde...

De tristezas vou viver...

Só você pode sentir como dói!

gato preto de manchas

sós, com o Dezembro de lembranças

sem alegria, sem dádivas

um último fôlego em blasfêmias

sepultados por dentro

pois agora todos os sonhos são mortos na borda do céu

quando castanhos eram seus olhos

e Eu enxergava mentira neles!*

* Agora veja que"Assim na terra como no céu".

Shades
Enviado por Shades em 20/02/2008
Código do texto: T867947