A Espera
Gritos mudos e sem cores, sem vestígios
Versos moribundos que sobem de precipícios
Calos nas mãos, pés, línguas e cérebros
Brados impunes, sentimentos entregues
Abraços frouxos e frases sem consolo
Ventos que sopram nuvens obsoletas
Cantigas que acordam bebês em soslaio
Ou vazios frascos no chão arrumados
A vida que consome o corpo cansado
espera a morte, que a luta sempre vence
e traz de volta o som colorido, o embalo
O descanso merecido a este ser ausente