EU E MEUS VERSOS

Quando meus versos me acham, somos apresentados ao medo

De que talvez eu seja pouco e já não lhe inspire

De que talvez já seja tarde para um encontro tão cedo

Eu e meus versos emprestamos o ar para que minha vida respire!

Eles são flores que brotam nas fendas das rochas

São a seiva que abandonou o tronco e desliza nas brechas

Calam meu eco sombrio no sussurro de suas tochas

Encontram todos os meus alvos na viajem de suas flexas!

Eu sou o deserto com vontade de conhecer o mar

A visão de cada íntima entranha do meu exterior

Um tapa no passado, que tanto me dói lembrar

O beijo na mão de um destino que somente a mim causa horror!

Meus versos são meus amigos, porque não falam

Tantas vezes eu gritei, que já nem gosto mais de ouvir

Neles eu traduzo as tantas sentenças que me entalam

Meus versos são a única vaidade, que até hoje me permití!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 15/02/2008
Reeditado em 21/01/2012
Código do texto: T860926
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