Desabafar Poético IX - Solidão
Deixo escapar nauseosas saudades
Coberto por prantos em mantos covardes
De tudo aquilo que eu sei que não sou,
E como um moribundo medieval
Adoentado por seus próprios princípios
Me vou caindo em meus longos precipícios
Da maior altura comunal que pudera existir...
- Meu egoísmo.
E na solidão que colho depois que tudo plantei
Ao ver nas trevas uma sombra de tudo que me tornei
Sem saber na verdade o que realmente é...
Uma mancha pequenina e obscura na imensidão
Perdida na maré mais bravia e profunda
Sem achar uma explicação que valesse um sorriso
Depois das inconseqüências de quem nunca teve juízo;
E perder tudo menos a maldita capacidade de sonhar
Que me fizera ficar horas ao poente a alucinar
Tudo aquilo que sei que jamais vou conseguir tocar,
Pois tenho mãos que não tocam e coração que não sente
Tenho apenas tudo àquilo que vem de minha mente.