Desabafar Poético IX - Solidão

Deixo escapar nauseosas saudades

Coberto por prantos em mantos covardes

De tudo aquilo que eu sei que não sou,

E como um moribundo medieval

Adoentado por seus próprios princípios

Me vou caindo em meus longos precipícios

Da maior altura comunal que pudera existir...

- Meu egoísmo.

E na solidão que colho depois que tudo plantei

Ao ver nas trevas uma sombra de tudo que me tornei

Sem saber na verdade o que realmente é...

Uma mancha pequenina e obscura na imensidão

Perdida na maré mais bravia e profunda

Sem achar uma explicação que valesse um sorriso

Depois das inconseqüências de quem nunca teve juízo;

E perder tudo menos a maldita capacidade de sonhar

Que me fizera ficar horas ao poente a alucinar

Tudo aquilo que sei que jamais vou conseguir tocar,

Pois tenho mãos que não tocam e coração que não sente

Tenho apenas tudo àquilo que vem de minha mente.

R Duccini
Enviado por R Duccini em 15/02/2008
Reeditado em 24/07/2008
Código do texto: T860839