VAGAS DO MAR
As vagas do mar
Força insandecida
Que desaparece
Ao chicotear as areias
na praia dormente
Embota de solidão e sal
O triste destino dos
Navios abandonados
E dos homens
Que já não amam mais
Porque a certa altura, algo
Lhes roubou a luz dos olhos
As palavras da boca
E colocou nos seus corações
O silencio dos oceanos
Sumiu também o fogo
Que lhes ardia na alma
Agora salobra
Porque sempre tudo é passado
Tudo é desterro
Nas trilhas do tempo
perverso
Os ferros retorcidos
E as almas corroídas
São os retratos
Que ficam
Na tela desgastada
dos sonhos
E doerá para sempre
Nos olhos
De quem amou