Solitude
SOLITUDE
Viver só com os barulhos das aves vespertinas
anunciando o fim do dia
e trazendo mensagens de amor dos mais distantes rincões,
dos mais plurais corações...
Acolher a tudo com carinho, abastecendo a alma de paz.
Não precisar de nada além do já oferecido pelo vento morno,
que ao final da tarde trás o cheiro da chuva fugaz
que logo se vai, deixando por tudo o que se vê um ar de assepsia.
Fazer da casa um palácio de cômodos despojados,
Com paredes limpas, portas e janelas generosas
facilitando a entrada da felicidade.
Jardins com flores espontâneas,
Caminhos de árvores orlados
lembranças no coração guardadas.
Despir-se dos egos e, pluralmente ser fiel à verdade.
Ter a música por companheira, indo a mundos distantes
buscando novos saberes para encantar o amante
que virá para habitar o peito,
sempre que uma lua cheia entrar pela janela
e se instalar no leito por sete noites e dias
até voltar a ser criança.
Depois de tudo, deixar que o amor parta
pra se fazer novamente saudade
que é o sal de todo romance...
E, continuar vivendo assim,
olhando a planície vasta, sentindo no corpo o vento
ouvindo o silêncio da vida, cantando a canção do tempo...