Apenas olhos
Olhos da escuridão
calados só observam
do amanhecer de vidas perdidas
ao alvorecer de eterna solidão
Perdidos para sempre na imensidão do olhar
vagando sem rumo, mas esperando chegar
soturna avidez com que o tempo nos enfeitiça
possuídos pela vida que a morte vem exorcisar
canto ritos antigos
de tempos a muito esquecidos
linguas nunca traduzidas
pelos povos pré-medievais
o medo que devora
a sede de vingança
sangue por sangue
assim se faz história