Selvajaria de um homem plácido

*Selvajaria de um homem plácido

A calmaria se fez, então,

ouço as batidas do coração.

Ouço letras que geralmente não compreendo, pois são alegres.

Tento pensar em outras coisas, mas as reminiscências são suas.

Eis que avisto um pássaro na gaiola,

vaiveniando, como se estivesse com esperança de passar pelos talos.

Taí algo com que me identifico:

Preso por minha culpa, clara e amarga.

Teria eu uma chance nesta vida (se é que a tenho)?

Veja como o amor metamorfoseia!

Não diria que tenho duas caras,

duas almas, talvez,

ou duas vidas.

O que tenho de bonito foi multiplicado.

Estou maduro a ponto de apodrecer,

já sinto as asas me nascendo.

Ainda estou nas preliminares.

Não vi o sorriso diante de mim.

Mas isso me fascina.

Fascina-me porque busco o impossível,

serei idolatrado.

Cheguei ao fim do infinito? É como se fosse.

Serei um condor, voando alto.

Não vou desviar-me da brisa,

andarei o deserto, nessa calmaria,

uma vez certo de que encontrarei alegria.

Carregando a dor do sempre,

por ter um amor distante,

contente, vibrante,

Lancinante, berrante,

Decente.

Um amor de origem.

Eterno...

Bugarim