“RIOS DE LAMENTOS”
Como um rio...
Tão perene que desliza,
Das cordilheiras a buscar o mar,
Assim trafega Minh’ alma,
Em desníveis que nuca suaviza,
Ao derramar-se,
Dia e noite sem parar!
Como esse rio...
Cada vida vai passando,
Rasgando entraves que achar,
Rompendo os vales,
Das planícies estendendo-se,
Levando as dores,
Que nos vem atormentar!
É nesses rios...
Que afogam nossas mágoas,
O mar silente de tristeza e solidão,
Juntando as queixas,
Que se amontoam dessa vida,
Todos os pesares,
De tais almas em contrição!
Rios de prantos...
De tais olhos lagrimantes,
Separa vidas, mui difícil de contar,
Nem sobrepuja,
Tais momentos itinerantes,
Por despedidas,
Que estão sempre a se instalar!
Rios que vertem,
Aguaceiros envaidecidos,
A sacudir, tudo que se construiu,
Minguando a sorte,
Por nunca ter reconhecido,
Nessas tais enchentes,
Todo amor, sem querer se diluiu!
Rios alimentados...
Por ilimitadas vertentes,
Que brotam do interior do coração,
Escondida no íntimo,
No interior de cada ser vivente,
Sucumbe a alegria,
Afogando toda e quaisquer emoção!
Cbpoesias.
06/04/2025.