Poço

Hoje, meu peito dói,

Meus olhos tornaram-se cachoeiras

E suas águas estão me afogando...

Imersa na minha própria dor,

Nem consigo respirar,

Longe do ar, do sol, da luz...

Encontro-me na escuridão dos meus medos,

Atrás dos quais eu me escondo

E me exilo da vida...

Apesar da solidão e da tristeza,

Parece mais confortável aqui,

Não preciso lutar...

Mas é um conforto ilusório.

Cada medo é um tijolo

E, aos poucos,

Construí muros altos ao meu redor.

Mal percebia eu

Que, de tijolo em tijolo,

De medo em medo,

Construí um poço,

No fundo do qual estou

E agora, não consigo sair...

Priscila Moreira
Enviado por Priscila Moreira em 27/03/2025
Código do texto: T8295672
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